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Prazo de exportação vinculada a ACC agora vai até início de 2010
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ampliar o prazo para os exportadores com contrato de câmbio fechados até esta semana efetuar o embarque das mercadorias.
Paula Andrade Juliana Ennes
O Conselho Monetário  		Nacional (CMN) decidiu ampliar o prazo para os exportadores com contrato  		de câmbio fechados até esta semana efetuar o embarque das mercadorias.  		Com mais prazo para embarque, os exportadores também terão,  		consequentemente, mais tempo para fazer o pagamento das operações.
De acordo com o consultor da  		Gerência-Executiva  		de Normatização de Câmbio e de Capitais Estrangeiros do Banco Central,  		José Maria Carvalho, o prazo que era de 360 dias foi ampliado para até  		31 de janeiro de 2010. "É um prazo maior para que os exportadores e os 		bancos  		possam se entender e garante fôlego para continuar com o crédito",  		disse.
A medida do CMN atende justamente a um pedido dos exportadores por conta  		das novas condições de comércio internacional, com desaceleração de  		vendas ao exterior e renegociação de contratos. Com a crise financeira  		internacional, porém, o consultor do BC explicou que os importadores dos  		produtos estão prorrogando o prazo de recebimento das mercadorias. Se o  		prazo de até um ano para embarque fosse ultrapassado, o contrato de  		câmbio seria cancelado e, consequentemente, os exportadores teriam de  		devolver os valores contratados em Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC).  		"O ACC é um acessório do contrato de câmbio. Sem contrato de câmbio, ele  		não pode existir", explicou Carvalho. A medida visa conter a redução do  		saldo comercial brasileiro, que ficou deficitário em US$ 645 milhões até  		agora.
No acumulado de 2008, o volume de ACC somou US$ 46,1 bilhões. Já no  		início do ano até o dia 23 de janeiro, o montante já chegou a US$ 1,8  		bilhão. De acordo com o presidente da Associação de Comércio Exterior do  		Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a  		ação  		beneficia diretamente o exportador que foi pego de surpresa pela crise.  		"É uma medida positiva porque muitas empresas fizeram ACC contando que  		iriam vender, mas o produto muitas vezes não foi vendido porque os  		compradores reverteram a operação. Com isso, o empresário teria que  		devolver o dinheiro", afirma. Castro explica que não haveria condições  		de realizar a devolução agora, nesse momento de crise, pois as linhas de  		crédito estão escassas. Quanto prazo, o presidente da AEB considera  		suficiente, mas não será uma solução para o comércio exterior  		brasileiro. "Em princípio o prazo é bom, mas a gente espera que esse  		cenário de crise mude logo", conclui
O CMN aprovou também a criação de uma linha de crédito especial no  		âmbito do programa Revitaliza, instituído para ajudar as empresas "órfãs  		do câmbio", para o setor de fruticultura. Segundo o secretário adjunto  		de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, a  		nova linha, que será voltada para capital de giro, terá R$ 200 milhões e  		taxa de juros de 11% ao ano e prazo de três anos.